Turismo de Base Comunitária

Acompanhe aqui os tópicos que foram elencados na última pesquisa acadêmica feita 2022/2023 levantando as principais questões do Turismo de Base Comunitária e a Valorização da Pesca Artesanal, tendo como exemplos Ilha do Mel e Pontal do Sul.

O Turismo de Base Comunitária (TBC), se destaca na nas ultimas décadas, quando o desenvolvimento sustentável começa a ser difundido e praticado em diversos destinos, principalmente em áreas naturais ou que produzem impactos consideráveis ao meio ambiente e as comunidades em torno. Esse tipo de turismo no Brasil se consolidou com o desenvolvimento da atividade turística voltada para os recursos humanos, naturais e de infraestrutura endógenos, onde a comunidade local participa diretamente na concepção, desenvolvimento e gestão do turismo. Outro fator importante do TBC, é a importância como gerador de divisas capaz de gerar oportunidades de trabalho e renda.
Na bibliografia sobre o TBC levantada para realização desse estudo, um dos fatores que é presente em todos os autores é sobre o TBC não ser um segmento,

 Turismo de Base Comunitária ou TBC, não é um segmento, mas sim uma metodologia de trabalho. Desde que o turismo começou a ser usado estrategicamente como uma ferramenta para reduzir a pobreza na década de 80, dois processos foram iniciados quase simultaneamente: Ecoturismo e Turismo de Base Comunitária–TBC(The MountainInstitute, 2000; WWF International, 2001; United Nations Development Program-UNDP,2006; United Nations World Tourism Organization-UNWTO, 2004, 2006; CaribbeanTourism Organization-CTO, 2007; Hainsworth & Jamieson, 2007). A ideia era, e ainda é, a promoção do turismo envolvendo direta e indiretamente, todas as comunidades que residem ou estão muito perto de áreas de conservação(ex: parques nacionais). (COSTA MIELKE; PEGAS, 2013, p. 171).

 Importante ressaltar que o TBC deve ter como principio básico a melhora das 17 condições de vida das comunidade locais de regiões que por via de regra são excluídas do sistema econômico. Principalmente nas regiões onde o estado se faz pouco presente e o turismo se torna uma das possibilidades de incremento da renda e geração de empregos. 

Nas duas localidades onde o estudo será feito o TBC está presente sendo nítido sua aplicação junto as comunidades tradicionais, e uma importante valorização cultural resultante desse turismo está sendo desenvolvida pelos mais jovens e turistas que visitam a região. Esse processo vem sendo observado a alguns anos principalmente com a disseminação da tradição da Pesca Artesanal da Tainha. 

Algumas comunidades do Litoral do Paraná já possuem organização e gestão da própria comunidade no modelo de TBC, um dos exemplos são as associações de moradores da Ilha do Mel. A ANIMPO (associação dos nativos da ilha do mel) que faz suas ações na comunidade da Brasília, e quem fica responsável por toda organização da Festa da Tainha, onde o peixe que e pescado pela comunidade na Praia do Farol e comercializado para s turistas, em uma programação com atrações musicais durante todo mês de julho, trazendo turistas fora da temporada de verão. Em quanto do outro lado da Ilha do Mel na comunidade de Encantadas a ANIME faz esse trabalho (associação dos nativos da ilha do mel). Ambas as associações possuem a obtenção do Protocolo de Consultas aos nativos e nativas, que tem como base a convenção OIT 169 que dispões sobre os Povos Indígenas e Comunidades Tradicionais. Desde 2020 se iniciaram os movimentos como Território Nativo para que as comunidades sejam consultadas sobre ações que impactam no seu modo de vida. 

Outro fator importante a ser mencionado é a criação em 2018 da Rede de Turismo de Base Comunitária Anfitriões do Litoral do Paraná um projeto de extensão desenvolvido pela UFPR Litoral, que apresenta os seguintes objetivos, de acordo com Monteiro de Souza (2020). 
-Principio da promoção da gestão democrática do Turismo de Base Comunitária: ações educativas que tiveram como objetivo a formação dos anfitriões para organização da oferta dos roteiros e serviços turísticos, visando a autogestão dos grupos de TBC já constituídos. 
-TBC como alternativa de fonte de renda: ações com com viés educativo valorizam os possíveis benefícios econômicos que o turismo pode gerar para aqueles que trabalham diretamente com a atividade. Tanto para os que praticam a agricultura, pesca e artesanato cujas produções passam a ser consumidas para o TBC. 
-TBC como valorização dos territórios tradicionais: incentivo a concepção de roteiros, atividades e serviços turísticos que valorizem o modo de vida e conhecimento locais e a exuberância dos ambientes naturais do litoral paranaense.
 -Inovação do mercado turístico regional: construção de parceria entre o Projeto Mutirões e redes de TBC em localidade onde esse tipo de turismo não está consolidado, como forma de diversificação das opções de viagem na região do litoral do Paraná. 
Entre as ações desenvolvidas diretamente com as comunidades elenca-se os cursos "Anfitriões da Baía de Guaratuba" e "Anfitriões do Litoral". e o curso "Culinária e Turismo de Base Comunitária", todos com a duração de 120h visando a qualificação dos serviços turísticos da região e a valorização dos atrativos, do território e da cultura. 

A Rede de Anfitriões atua em três municípios do litoral do estado do Paraná, Paranaguá, Guaratuba e Guaraqueçaba e suas comunidades tradicionais, divididos em três grupos de TBC, sendo esses definidos por ordem de inicio das atividades, são eles: Rede Caiçara de Turismo Comunitário 2013 com apoio da TCP (terminal de containers de Paranaguá) fazem parte das comunidades Ponta do Úba, São Miguel, Eufrasina, Piaçaguera, Valadares, Ilha do Mel. Segundo Grupo Guararapés 2016, fazem parte as comunidades Parati, Cabaraquara, Porto de Passagem, Prainha e Caieras. e por fim o Grupo Guaraguatá formado em 2018 fazem parte as comunidades Batuva, Engenho, Almeida, Costão, Centro de Guaraqueçaba, Guarani e Barbados. Assim elencamos as principais considerações sobre a organização e gestão do TBC nas regiões que serão objetos da pesquisa. 

Texto

Camila Campestrini do Rosário

Turismóloga - Especialista em Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável- Guia Regional Litoral do PR


Quer o trabalho na íntegra solicite via email
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